Na noite da sexta-feira, dia 04 de agosto, no Museu Histórico e Pedagógico “Padre Manuel da Nóbrega”, foi realizada a abertura da exposição Escultura de Papel, da artista são-manuelense Dalva Zullo de Moraes. Telhas decoradas, cadeirinhas e brinquedos de crianças feitos com papel estão expostos no Museu até dia 04 de setembro.
Sobre os cavalinhos expostos, Dalva garante que são resistentes e até adultos podem se sentar: “Todos os meus netos brincaram nos cavalinhos feitos por mim. A base deles é toda feita com rolinho de papel higiênico cortado. Apenas o acabamento da pintura, como os traços do rosto, é feito pelo meu filho Cristhofer que é artista plástico”, explica a artista.
Além da família, muitos amigos prestigiaram a abertura da exposição, como a Mariza Rachid Gaffo, que ensinou Dalva a fazer artesanatos com papel e também a incentivou a criar sua própria técnica.
O diretor de Educação e Cultura do município, José Roberto Saglietti, fez a abertura oficial da exposição, parabenizando o trabalho de Dalva, que já realiza esse tipo de artesanato há mais de 20 anos.
O Museu está localizado na Rua Gomes de Faria, 348; e fica aberto de terça a sexta-feira, das 9 às 17h, e aos domingos, das 17 às 21h.
Confira as fotos:
Dalva Zullo de Moraes expõe pela segunda vez suas obras, a primeira foi no Templo Bar, em Bauru. Depois de longa trajetória de produção e experimentação no mundo das artes e do artesanato, a artista apresenta suas obras, composta por esculturas e telhas caracterizadas pelo método da bricolagem. A partir de andanças pelas ruas da de São Manuel, a autora coleta materiais – elementos da natureza, como cascas de árvores, sementes e pedras – que são ressignificados em telhas feitas de papel. “Castelo em ruínas” (2014), “Uma casa na beira do rio” (2012) e “Casa na árvore” (2010) são alguns dos títulos das obras que compõem a mostra.
Portadora de diabetes, outros materiais que se apresentam no cotidiano da artista e artesã, como tampas de medicamentos e invólucros de agulhas utilizadas para a aplicação de insulina, são recontextualizados nas telhas. Além delas, esculturas côncavas e convexas feitas a partir de técnicas de empapelamento compõem o conjunto da obra, que traz fortes marcas da memória pessoal da autora e da cultura popular regional. “Eu quero que as pessoas vejam minhas peças. Minha vontade é expor para continuar fazendo, porque é ruim fazer só para deixar guardado”, diz. Mãe de cinco filhos, Dalva trabalhou como salgadeira, cozinheira, faxineira e atualmente é passadeira de roupas em São Manuel. Viu despertar seu interesse pelo artesanato em meados da década de 1990, quando assistia a quadros de programas de televisão dedicados ao tema. A partir de então, de maneira autodidata e intuitiva, passou a experimentar e desenvolver suas próprias técnicas na produção de telhas, dando vida a peças únicas e de estética expressiva. Nas primeiras produções, Dalva utilizava antigas telhas de barro, fragmentos de escombros recolhidos na cidade. Em função da raridade do material, no entanto, passou a produzir nos últimos anos a própria base de suas telhas, com técnicas de empapelamento. “Eu sempre faço algo diferente em minhas telhas. Não sei fazer duas iguais, mesmo que quisesse”, ressalta.