THEREZA MAZZUCO E A TRADIÇÃO DO CORPUS CHRISTI EM SÃO MANUEL
Você sabia que a tradição dos tapetes de Corpus Christi em São Manuel, uma das maiores atrações turísticas da região, teve início graças a Thereza Mazzuco? Nascida em 1919, em São Manuel, e registrada em Areiópolis, Thereza dedicou sua vida à educação e à cultura local, deixando um legado inestimável.
Thereza estudou no ginásio e magistério pela Escola Normal Livre de São Manuel, onde hoje funciona a escola estadual “Dr. Manuel José Chaves”. Em 1946, formou-se em pedagogia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Campinas e se especializou em Administração Escolar. Sua carreira na educação foi longa e prolífica, atuando como orientadora técnica, supervisora de ensino e educadora na Creche “Dona Leonor Mendes de Barros”.
Entre 1945 e 1967, Thereza esteve à frente da Ação Católica, um grupo de jovens da Igreja Católica. Foi em 1949 que ela realizou a 1ª edição da tradição dos enfeites para a festa de Corpus Christi. No começo, as ruas eram decoradas apenas com flores, colocadas pelos jovens para a procissão. No entanto, a visão de Thereza foi além das flores no asfalto.
Com uma mente criativa e inovadora, idealizou a ornamentação das ruas com tapetes temáticos e passadeiras. Ela mobilizava a comunidade para coletar materiais como pó de café, tampinhas de garrafas, vidro moído e bagaço de cana-de-açúcar. Esses materiais eram tingidos e transformados em belos desenhos que encantavam a todos.
Thereza era meticulosa na organização. Escolhia as pessoas com melhor precisão nos desenhos para criar tapetes detalhados, muitas vezes retirando ideias de um livrinho de desenhos que possuía. Mesmo após as escolas da cidade começarem a ajudar, ela permanecia na liderança, garantindo que cada detalhe fosse perfeito.
Graças ao seu trabalho, a festa de Corpus Christi em São Manuel se tornou uma grande referência turística, comparável à famosa celebração em Matão-SP. Além dos tapetes, Thereza também deixou sua marca no teatro local, organizando peças como o “Auto da Compadecida”, no Salão Paroquial.
Thereza deixou de trabalhar na procissão cinco anos antes de seu falecimento em 1996, mas sua influência permanece viva. Sua família lembram com carinho da dedicação e do espírito inovador de Thereza. Hoje, a tradição dos tapetes de Corpus Christi continua, uma homenagem perpétua ao legado de uma educadora que transformou uma simples procissão em uma celebração grandiosa e memorável.